Autocontrolo, Autorregulação...
Resistir ou ceder diante de uma tentação!
Ainda há quem atribui o comportamento de ceder às tentações para momentos de fraqueza, valores numéricos à importância de cada uma das opções, mas podemos dizer que há estudos a mostrarem um outro lado desta questão.
Porque as pessoas sucumbem às tentações da ganância, da luxúria e dos comportamentos autodestrutivos? A atração física com desejo que coloca em risco seus relacionamentos, ou então o simples olhar sobre um apetitoso bolo de chocolate, quando há limitações neste consumo comprometendo a sua própria saúde?
Estamos a falar de “TENTAÇÕES” – dependendo do seu estado emocionar, dar um tempo para refletir poderá ajudar pois, haverá um tempo de ativação do controlo. Já em outros casos, refletir sobre o assunto só vai lhe fazer encontrar razões para sucumbir.
Um estudo realizado nos Estados Unidos, feito na Kellogg School of Management, aponta para uma crença de que as pessoas pensam ter mais autocontrolo do que na verdade os tem. Assim sendo, leva a tomar mal decisões, acarretando prejuízos e podendo deixar sequelas.
Desta forma, conclui-se que as pessoas estão mais sujeitas e susceptíveis às tentações do que se pensam, expondo-se mais frequentemente à estes riscos. Exemplos claros são as dietas e situações de relacionamentos afetivos.
Nordgren (EUA), menciona em seu estudo, de como a confiança das pessoas em suas habilidades para controlar impulsos como a ganância, o vício de drogas e interesses sexuais influencia nas suas reações face às tentações.
Ainda Nordgren, refere que a tentação aciona processos protetores de pensamento que promovem o autocontrolo, ou ainda, que a presença da tentação distorce a cognição de uma forma tal que acaba promovendo o comportamento impulsivo, segundo Nordgren.
Digamos que diante de uma disputa, o autocontrole vai em direção ao que seria o mais sensato? Ou qual seria o comportamento mais justificado do individuo?
Conforme publicação de um artigo no The Journal of Neuroscience nos Estados Unidos, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, citado pela autora Dra. Cendro Hutcherson, que descreve os sistemas cerebrais competitivos, conclui que, tudo leva a crer que possuímos sistemas independentes capazes de guiar nossas decisões, e diante de situações que nos colocam a prova entre resistir ou ceder à tentação, nossos sistemas podem competir para controlar aquilo que queremos fazer.
No mesmo artigo, pode-se perceber que a autora verificou tratar-se de sistemas independentes mas que na maioria das vezes seguem no mesmo sentido, entretanto, quando a situação passa por resistir à tentação de comer algo apetitoso, por exemplo, esses sistemas podem guiar o comportamento para ações diferentes. Neste caso, haverá uma disputa para o controle do comportamento.
O cérebro apresenta duas áreas que são ativadas face à tentação, são elas o córtex prefrontal e o córtex prefrontal ventromedial. Quando os voluntários diziam não quer alguma coisa, a primeira dessas áreas parece assumir o controlo, com uma forte correlação entre a ativação da região dorsolateral e o comportamento.
Já quando os voluntários cediam à tentação, a correlação aparece entre o comportamento e a segunda região, a ventromedial.
A capacidade do cérebro de mudar de controle entre essas duas áreas não é instantânea, ou seja, tem um certo tempo de ajuste, cerca de 2 segundos antes de o cérebro ser plenamente capaz de ignorar a região em conflito.
Em suma, poderíamos atribuir uma solução simplista para o problema, ou seja, evitar situações de desafios e tentações, não colocando as áreas cerebrais em conflitos com tanta frequência, atribuindo este comportamento a uma visão de humildade da sua própria força de vontade. Controlar a si mesma diante da exposição para muitos é uma tortura, e esta é a razão para tantas pessoas obesas, dependentes de drogas e outros estilos de vida menos saudáveis.
Quem olha para fora pensa duas vezes antes de julgar aqueles que caem em tentações, porque a maioria das pessoas superestima sua capacidade de controlar seus próprios impulsos (Washburn, 2009).
Não é fácil avaliar a força dos momentos impulsivos e normalmente os indivíduos têm dificuldades neste controlo. Neste caso, quando o individuo encontra-se em estado de serenidade, sem demonstração de ira ou raiva, fome ou desejos sexuais, a tendência manter o equilíbrio, superando o estado “aquecido”, impulsivo, que irá influenciar seu comportamento.