Regina Mitra - Hipnose e Psicologia Clínica 
Esquizofrenia
Esquizofrenia


O que é Esquizofrenia

Esquizofrenia é uma doença mental que afecta a capacidade da pessoa distinguir se as experiências vividas são ou não reais. Afecta ainda a capacidade de pensar logicamente, sentir emoções e sentimentos, e comportar-se em situações sociais.

Há cura para a Esquizofrenia?


Não há cura para a esquizofrenia, mas o tratamento controla os sintomas e ajuda a pessoa a ter uma vida parecida com a de quem não sofre da doença. Ou seja, pode trabalhar, namorar, ter amigos e divertir-se.


Quem são as Pessoas Atingidas


A esquizofrenia é uma doença que tem início no fim da adolescência e começo da vida adulta (15 a 25 anos).
Embora a frequência seja igual entre os sexos, pode começar mais tardiamente nas mulheres.
Em torno de 1% da população mundial tem Esquizofrenia.


Causas


Esquizofrenia é uma doença complexa, intrigante e sua causa ainda não é conhecida.
Sabe-se que a hereditariedade é um factor importante - pessoas que têm um familiar com esquizofrenia têm maior probabilidade de desenvolver a doença - mas ainda não se sabe quais os genes envolvidos ou se a presença deles é suficiente para o desenvolvimento da esquizofrenia.
Gémeos idênticos têm 50% de probabilidade de desenvolver a doença quando um deles já desenvolveu.

Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma combinação de factores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se expostas a determinados factores ambientais.

Não existe um consenso de quais seriam os factores ambientais envolvidos, mas estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no parto podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia.

Traumas e problemas que se manifestam na vida das pessoas também são factores que contribuem, desencadeiam a doença


Como se Manifesta


Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, embora, geralmente, a doença se manifeste em meses ou anos.
Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas.
Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes são incapazes de contar para seus familiares.
Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou para dormir, começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os amigos e param de estudar ou trabalhar.
Com a progressão da doença, aparecem os sintomas mais característicos da psicose.


Mudanças na Percepção do Pensamento


a) Delírios: são crenças não verdadeiras, baseadas numa inferência incorrecta sobre a realidade exterior, apesar de provas e evidências contrárias. O paciente pode sentir que seus pensamentos são influenciados, controlados, inseridos ou transmitidos para fora da cabeça. Os eventos normais do dia-a-dia passam a ter significado diferente. O indivíduo pode sentir-se perseguido ou discriminado e achar que tem poderes ou atributos especiais. Pode sentir que seu corpo está mudando ou que recebe influências de forças externas.

b) Alucinações: são falsas percepções na ausência de um estímulo externo, mas com as qualidades de uma verdadeira percepção. Isto é, eles podem ver, ouvir e sentir coisas que não estão realmente no local. As alucinações podem ser auditivas, visuais, tácteis, olfactivas, gustativas ou uma combinação de todas.

§  Auditivas - são as mais comuns em esquizofrenia e podem ocorrer na forma de barulhos, músicas ou mais frequentemente como vozes. Estas vozes podem ser sussurradas, ou claras e distintas, podem falar entre si ou ser uma única voz. Podem comentar o comportamento da pessoa e às vezes podem dar ordens.

§  Visuais - podem ser simples ou complexas, podendo envolver fachos de luz, pessoas ou coisas.

§  Olfactivas e gustativas - ocorrem em geral juntas, como cheiros ou gostos ruins.

§  Tácteis - o paciente tem a sensação de ser tocado ou picado, ou ainda sensações eléctricas como se insectos estivessem rastejando sobre a pele.

c) Distúrbios formais do pensamento: os pensamentos mudam de assunto completamente e esta alteração aparece na fala da pessoa.


Transtornos de Comportamento e Motor


Muitos pacientes apresentam diminuição de iniciativa, transtornos motores e alterações no comportamento social. Um paciente pode ficar parado por um longo período de tempo ou engajar-se numa actividade repetitiva sem finalidade.
Os extremos podem incluir o estupor catatónico - situação na qual o paciente fica imóvel por um período longo, ou o excitamento catatónico, onde o indivíduo apresenta actividade motora incontrolável e sem objectivo.
Outras alterações motoras são estereotipias (movimentos repetidos sem objectivo aparente) e maneirismos (actividades normais, mas fora de contexto).
Geralmente a deterioração do comportamento social ocorre junto com o isolamento social. Os indivíduos podem negligenciar seus cuidados pessoais, vestir roupas sujas ou inapropriadas, e suas coisas e ambientes permanecer descuidados e desarrumados. Podem ainda desenvolver comportamentos que contrariam as convenções sociais como falar obscenidades em público ou apresentar maneiras rudes à mesa. Podem ser encontrados nas ruas marchando, falando alto e gesticulando.
Esse descuido com a higiene pessoal e comportamentos excêntricos podem dificultar ainda mais a aproximação de familiares, amigos e estranhos. Essa situação corrobora ainda mais a certeza, destes pacientes, de que as pessoas não gostam deles.


Transtornos do Afecto


A diminuição da resposta emocional já foi considerada um sintoma característico da esquizofrenia. Muitos pacientes são indiferentes ou apáticos, evitam o contacto com olhar, apresentam ausência na inflexão na voz, mudanças na expressão facial e os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem estar diminuídos. Com frequência perdem a capacidade de sentir prazer e podem descrever-se como vazios de emoção.


Reacções dos Pacientes aos Sintomas


A pessoa com esquizofrenia altera seu entendimento do mundo na tentativa de explicar o que está experienciando. Devido às experiências serem incomuns, as explicações também são. É difícil explicar para alguém o fenómeno de ouvir vozes. Pacientes mais crónicos, que já apresentam dificuldades de relacionamento social, ficam isolados e muitas vezes envolvidos em suas próprias fantasias.
Podem imaginar que outras pessoas tentam prejudicá-los, não estão interessadas nele ou querem criticá-lo. Alternativamente, os pacientes podem experienciar reacções negativas de outras pessoas durante os episódios psicóticos, o que pode pesar ainda mais na sua imaginação. Percebem ainda que não são mais competentes no trabalho. Ele pode ter sido um bom estudante durante anos ou um trabalhador devotado e competente, mas após a doença percebe que houve diminuição de sua performance.
A experiência de estar "louco" é uma da mais dolorosas e significativas. Quando os pensamentos tornam-se desorganizados, quando as decisões estão bloqueadas, quando as emoções inexplicadas e não esperadas aparecem, há uma conscientização do clima de horror, de que mente está fazendo armadilhas e que foi embora seu modo usual de agir.
A experiência da psicose faz com que o paciente mude o conceito a respeito de sua própria mente. A experiência do distúrbio faz com que a pessoa desacredite nos seus processos de pensamento, mesmo quando estes voltam ao normal. O paciente perde a fé de que possa pensar propriamente. Após a psicose, ele tem conhecimento de que alucinou e, por algum tempo ou para sempre, ele não será capaz de reagir normalmente aos sons estranhos e ocasionais que podem ser ouvidos em locais e horas não esperados.

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